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Bastos Viegas, S.A.

Bastos Viegas, S.A. De Penafiel para o Mundo

A empresa centenária Bastos Viegas, S.A. (Bastos Viegas), situada na freguesia de Guilhufe e Urrô, Penafiel, é uma das maiores empresas exportadoras do concelho. Durante várias décadas, a produção foi dedicada a artigos têxteis à base de gaze para uso médico e foi na década de 90 do século transato que a empresa diversificou o seu portfolio de produtos, chegando aos nossos dias com um catálogo de 400 páginas, com centenas de produtos e dispositivos médicos de alta qualidade.

Esta diversificação deveu-se à entrada, na Europa, de produtos oriundos do mercado chinês claramente de qualidade inferior, provocando a decisão da empresa em posicionar-se apenas no seu mercado habitual altamente certificado e de qualidade, capaz de se distanciar de um mercado de produtos de pouco valor acrescentado e de combate ao preço.

Luís Guimarães, atual CEO da Bastos Viegas, entrou na empresa no final da década de 60 quando a mesma já empregava cerca de 150 colaboradores. Atualmente, a empresa dá emprego a mais de 500 pessoas, contabilizando a produção em Penafiel e a sucursal em Espanha.

No que toca à área de produção em Penafiel, são mais de 400 lugares ocupados por homens e mulheres da região. “Damos preferência a colaboradores da região, mas já temos alguns emigrantes. Temos alguma falta de mão de obra, nomeadamente, no que toca a homens pelas especificidades do trabalho”, explica Luís Guimarães à revista #Input da Associação Empresarial de Penafiel.

A Bastos Viegas, está presente, com marca própria desde a década de 90, em mais de 100 países, maioritariamente do continente europeu, representando as exportações 70% do volume de faturação que se cifra, de momento, em mais de 50 milhões de euros. Os produtos são rotulados em 22 idiomas.

Apesar de o mercado internacional estar a passar por uma fase de incerteza com diversas variáveis a prejudicar o normal funcionamento da economia, a Bastos Viegas não sofreu grandes constrangimentos. A robusta capacidade financeira, com elevados níveis de capitalização, ajudou a que se pudessem continuar a abastecer de matérias-primas independentemente do seu preço e, assim, não prejudicar a produção.

“A produção não sofreu quebras, pelo contrário! Tivemos até de recusar novas encomendas porque queremos manter o nível de qualidade e não podemos não corresponder ao habitual padrão de elevada exigência dos nossos clientes”, assegura Luís Guimarães que justifica esta estabilidade da empresa com a sua boa gestão estratégica e nível técnico dos seus colaboradores.

“Pelo aumento do preço das matérias-primas, este ano fomos forçados a rever a tabela de preços dos nossos produtos três vezes e ponderamos rever mais uma vez. Este tem sido um ano muito violento para nós e para os nossos clientes, mas nunca deixámos de ter trabalho uma vez que não temos concorrência ao nosso nível. A própria China está com problemas e por isso, nós que nos preparámos para esta situação, conseguimos dar resposta às solicitações do mercado”.

O padrão de alta qualidade dos nossos produtos foi conquistado ao longo do tempo, com o cumprimento de normas rígidas exigidas pelas Autoridades de Saúde Mundiais, o que certificou a empresa nos mais altos padrões de qualidade. A Bastos Viegas tem certificação MDD – Diretiva de Dispositivos Médicos e está, de momento, a decorrer o processo de certificação para a nova diretriz MDR – Mandatory Disclosure Regulation, que vai permitir à empresa continuar a exportar para a União Europeia com o selo de alta qualidade.

Este processo tem, obrigatoriamente, de estar implementado até 2024, ano em que as instituições que não alcançarem esta meta deixarão de poder comercializar no mercado europeu.

A Bastos Viegas já se encontra bem posicionada nesse processo e segundo Luís Guimarães “estamos convictos que iremos receber a certificação pois trabalhamos sempre com o objetivo de atingir a maior qualidade em toda a produção. Da escolha de matérias-primas até à entrega do produto, temos o objetivo de alcançar os mais altos padrões de qualidade e fiabilidade”. Esta exigência permanente coloca a Bastos Viegas como uma das maiores empresas europeias quanto a capacidade de produção da sua linha de artigos.

O futuro, como não poderia deixar de ser, é de crescimento acompanhado de investimento quer nos meios logísticos quer na criação de novos produtos. A Bastos Viegas está implantada numa área coberta de 62.000 m2 numa propriedade com uma área total de 160.000 m2 de terreno.

Sendo necessário, há total capacidade física e financeira para aumentos de capacidade de produção e laboratório. É internamente que são desenvolvidos todos os novos produtos e componentes necessários à sua expansão de portfolio.

A Bastos Viegas irá, assim, continuar a ser um polo atrativo para o mercado laboral da região, sendo que a empresa deseja que os colaboradores possam “chegar com maior capacidade de trabalho, mais conhecimento e com vontade de aprender, numa área tão complexa que é esta da produção de dispositivos médicos que seguem normas tão rígidas”, concluiu Luís Guimarães, CEO da empresa, e que está no ativo há 54 anos.