Input Vestuário e Calçado

Associados do Comércio Local

Setor da Moda Impulsiona Crescimento de Penafiel

A época forte das compras no comércio local é por primazia a época de Natal. Mas, no concelho de Penafiel essa pode não ser a única altura do ano onde a força do comércio se demonstra. Há várias décadas que a centralidade da cidade de Penafiel se mostrou opção nos clientes do concelho e da região, seja ela do Tâmega e Sousa, seja da área metropolitana do Porto. Quem o garante são os empresários do setor da moda (vestuário e calçado) que sentem a força e o poder deste setor na economia local.

A “risca ao meio” sobejamente conhecida é também ela “rainha” no comércio, nomeadamente, na procura de produtos de qualidade na área da moda. Não há cerimónias sem que a escolha dos modelos não passe por Penafiel. Espaços que acompanham as tendências e que, acima de tudo, não descuram da qualidade.

A revista #Input falou com alguns empresários do setor que estão no centro histórico de Penafiel, mas também na periferia. É que o concelho tem oferta para todos, inclusive, nas freguesias com pequenos centros urbanos onde o comércio de rua vigora.

Cláudia Mendes, associada e representante do espaço Rori Kids na Vila de Abragão, considera que “o comércio tradicional em Penafiel quer no centro da cidade, quer nas freguesias, tem vindo a melhorar e a cativar mais o público seja de Penafiel como de arredores, pois apresenta um leque muito variado de comércio de qualidade para vários gostos”.

Para a empresária, o facto de Penafiel estar em constante desenvolvimento, ajuda a chamar novos públicos. Acredita que a promoção turística atrai novos clientes que depois se tornam fiéis.

Para Daniel Paulo Bessa, das Galerias Dany, com mais de 50 anos de porta aberta no comércio de rua, “dá para ver a evolução do comércio da cidade com alguma tranquilidade e orgulho. As lojas “de rua”, são assediadas constantemente para novos projetos” e mesmo assim mantêm-se firmes.

Paulo Silva, da Sapataria Cristina, que há mais de três décadas vê crescer o comércio no centro histórico de Penafiel, acredita que Penafiel se mantém na vanguarda da região. “O facto de a cidade ter muitos eventos, faz com que tenhamos muitos pontos altos ao longo do ano e que os clientes se mantenham fiéis, pois têm sempre bons motivos para voltar a Penafiel”.

Embora todos eles estejam confiantes no comércio de rua, sabem que a digitalização veio mexer com o negócio. Se por um lado a vertente online ajuda na venda direta, simples e rápida, por outro lado torna o cliente mais vulnerável, fácil de “trocar de loja”. Adicionalmente ainda há outro desafio, que é necessidade de contratar pessoas direcionadas para mundo digital. Paulo Silva diz que “não é possível pensar no meu negócio todo online porque não tenho estrutura que permita ter uma pessoa dedicada ao serviço, pelo que iremos apostar sempre mais no contacto direto, pessoal e personalizado, como tem sido ao longo dos anos”.

Cláudia Mendes, que já é da segunda geração do espaço comercial, vê a digitalização como “venda fácil quer para quem compra, quer para quem vende”, no entanto percebe que “podia ser feito mais para ajudar o comércio local para ser mais competitivo, nomeadamente havendo parcerias entre empresas complementares: transportadoras locais, site online comum a várias lojas, produtos digitais que apoiem os lojistas mais pequenos”.

Exemplo da necessidade da venda online foi a adaptação à pandemia, em que todos tiveram de se agilizar para manter as vendas. Com mais ou menos recursos, todos tiveram de utilizar os meios disponíveis. Agora que “o pior já passou”, os empresários consideram que devia ser pensada uma plataforma que apoie o comércio local e que seja partilhada, quer nos recursos quer no investimento. Para estes empresários, apesar das vendas terem melhorado, a verdade é que outros desafios terão pela frente, pelo que sentem ser importante haver apoio das entidades locais para promover e dinamizar constantemente o comércio local. Mais comércio local é sinónimo de mais riqueza, mais trabalho e mais desenvolvimento local.

“O comércio é fundamental para a economia local, pois consegue movimentar muitas pessoas, quer para visitarem, atraídos pela vertente turística, quer pela vertente comercial. Todo esse movimento é muito positivo e proveitoso, a colaboração e dinamização entre comerciantes é fundamental para o desenvolvimento local”, assume Cláudia Mendes à semelhança de Paulo Silva.

O resultado de Penafiel se manter na frente no que toca ao comércio, e em particular no setor da moda, deve-se ao esforço contínuo dos empresários em acompanharem a modernização e conforto no serviço.

“Tem contribuído imenso o esforço das empresas na remodelação e qualidade/conforto dos espaços comerciais, bem como as infraestruturas, as promoções constantes da cidade, criadas pela autarquia e demais instituições, nos media nacionais”, explica Daniel Paulo Bessa.

Para muitos a questão já não se trata de “não haver trabalho, mas mais quem queira e saiba trabalhar neste ramo”, sinal do impacto de empresas sólidas e saudáveis que querem crescer com qualidade. E o setor da moda continua a ser um dos mais fortes na movimentação dos clientes, que por impulso, necessidade ou por complemento, procuram diariamente estes espaços que também têm de se adaptar aos horários dos clientes, levando à necessidade de mais pessoas na empresa.

“Penafiel está na moda” é slogan para se manter na opinião dos três empresários que há várias décadas têm porta aberta para os milhares de pessoas que os procuram.